31 agosto 2016 às 20h04

Chefe de campanha de Trump: "Se as mulheres fossem mais fortes, não havia violações"

Comentários da mulher contratada para aproximar as eleitoras ao candidato republicano estão a gerar polémica

DN

Kellyanne Conway ocupa há menos de um mês o cargo de chefe de campanha do candidato republicano à Casa Branca, Donald Trump, mas já está a causar controvérsia. Contratada para melhorar a perceção que as americanas têm do magnata do imobiliário, Conway corre agora o risco de contribuir para o afastamento desse sector eleitoral depois de ter defendido que "se [as mulheres] fossem tão fortes como os homens, as violações não existiriam."

Os comentários feitos pela chefe de campanha em 2013 num programa na estação pública de televisão PBS foram partilhados nas redes sociais por um grupo anti-Trump e, desde então, têm inflamado a discussão em torno do papel da mulher e da saúde reprodutiva.

"Se fossemos fisiologicamente [sic] - não mentalmente, emocionalmente ou profissionalmente - iguais aos homens; se fossemos fisiologicamente tão fortes como os homens, a violação não existiria, porque seríamos capazes de nos defender e de lhes dar luta", realçou Conway no painel, cujos temas eram a igualdade de géneros no combate e o papel da mulher no exército.

Em comunicado citado pelo The Independent, a Planned Parenthood, organização americana sem fins lucrativos dedicada à educação sexual e investigação na área da saúde reprodutiva, criticou severamente as declarações: "Conway encaixa-se num padrão perigoso da campanha de Trump de incompreensão da luta, discriminação e violência sexual de que são vítimas as mulheres todos os dias."