23 agosto 2016 às 00h02

Carlos Lopes campeão olímpico em 1984

Festa no aeroporto de Lisboa para receber o campeão da maratona. Foi em Los Angeles que pela primeira vez se ouviu o hino português nuns Jogos Olímpicos.

Leonídio Paulo Ferreira (textos) e Simões Dias (seleção de fotos)

Manchete do DN a 13 de agosto de 1984: "Lopes traz para Portugal primeira medalha de ouro". Foi uma segunda edição do jornal, pois a maratona que tinha lugar a 12 em Los Angeles terminara já madrugada dentro em Portugal, com meio país a ficar acordado para ver pela televisão a corrida do mais querido dos atletas nacionais. O enviado do DN aos Jogos Olímpicos, Oscar Mascarenhas, falava "do poder de um homem só, vindo de terra minúscula", numa reportagem onde denunciava a estratégia americana de alterar a ordem das cerimónias no pódio, para que o último hino a tocar fosse o dos Estados Unidos e não o português, mesmo que a tradição olímpica privilegiasse o vencedor da maratona. Lopes, que já em Montreal em 1976 tinha sido medalha de prata, chegou a Lisboa a 15 de agosto, sendo recebido por uma multidão no aeroporto de Lisboa. Vivas também para os bronzes de António Leitão nos 5000 metros e de Rosa Mota na maratona. Aos 37 anos, Lopes vivia o seu maior momento de glória, ainda por cima com a melhor marca olímpica. Em 1985, em Roterdão, tornou-se recordista mundial da maratona.