31 julho 2016 às 01h20

Cinco Violinos. Com os campeões europeus é outra música

Regresso de João Mário, William, Adrien e Rui Patrício permitiu uma primeira parte muito forte a defender e eficaz no ataque

Manuel Queiroz

O Troféu dos Cinco Violinos ficou, como sempre, em casa, desta vez mercê de uma vitória do Sporting por 2-1 sobre os alemães do Wolfsburg, num jogo que chegou a ser quentinho e que os leões resolveram com os dois golos conseguidos na primeira parte, em que dominaram, enquanto o segundo tempo teve outra cara, com oportunidades dos homens da Volkswagen.

O Sporting acabou a primeira parte já a vencer por 2-0. Sem ser brilhante, tinha sido eficaz - dois golos em oportunidade e meia -, mas sobretudo quase não cometeu erros defensivos. E isso era o mais importante, tendo em conta a oposição. O Wolfsburg, terceiro classificado da Bundesliga mas ainda longe do seu melhor, tinha tido muitas dificuldades, há dias, ante o Benfica, na Áustria, com a pressão alta que lhe tinham imposto. Ontem, levou segunda dose e em força - o Sporting marcou dois golos em quatro remates na primeira parte, mas os alemães só fizeram um (grande defesa de Rui Patrício a remate de Ricardo Rodríguez).

Defender bem foi (é) essencial e, nisso, o 4-4-2 do Sporting funcionou, mesmo com um Adrien ainda longe da forma, tal como os seus colegas campeões europeus, que jogaram todos de início numa equipa sem nenhum dos reforços já contratados (o argentino Meli foi apresentado antes do início do jogo).

As coisas melhoraram, sobretudo o processo de jogo, embora a atacar a equipa se engasgasse muito. Coisas de princípio de época, mas, se o mercado permitir, aquela será a equipa normal de Jesus, ou próxima disso, e terá um nível parecido com a do ano passado, como é evidente, embora falte ali outro homem para o ataque, que ajude mais Slimani. Ontem, Bryan Ruiz foi quem jogou mais próximo dele, mas ao costa-riquenho, apesar da qualidade, parece sempre faltar qualquer coisa para que seja, pelo menos às vezes, perfeito.

O Sporting marcou primeiro por Slimani, num cruzamento de Bruno César, da esquerda, em que Dante falhou o corte e o argelino teve tempo para tudo, rematando ao canto; depois por Adrien, a converter um penálti que Träsch cometeu sobre Bruno César (agarrou-o). Boa decisão a do árbitro Rui Rodrigues, que podia ter expulsado o defesa direito alemão, que protestou e até o quis cumprimentar. De resto, Seguin viu amarelo aos 86" e podia ter visto vermelho porque agrediu Matheus Pereira. Cenas tristes. O jogo, para amigável, foi difícil de arbitrar, com muitas faltas (o Sporting fez quase dezena e meia), lesões (Guilavogui) e outros incidentes, com muitos amarelos.

Estes jogos costumam valer pela primeira parte, uma evidência para o Sporting, que na segunda parte já não tinha gasolina a não ser quando Jorge Jesus acabou de trocar a equipa toda e na parte final teve duas boas oportunidades, mas Podence e Aquilani (após boa jogada coletiva) falharam-nas. Nos segundos 45 minutos, o leão sofreu perante um Wolfsburg muito melhor, com Donkor, Azzaoui, Kruse, Mayoral a darem outra ideia à equipa, a correrem mais, a porem em xeque muitas vezes a defesa da casa, que entretanto também foi mudando e não para melhor, claro.