25 agosto 2016 às 16h58

Campanha para Jogos Paralímpicos criticada por mostrar modelos sem deficiências

As fotografias dos atores brasileiros que protagonizam a campanha foram alteradas

DN

Uma campanha brasileira para promover os Jogos Paralímpicos do Rio está a ser criticada nas redes sociais por ter alterado fotografias de modelos sem qualquer deficiência. O objetivo? Usar a imagem dos embaixadores, alteradas para parecer que têm uma deficiência, para chamar a atenção.

Assim, as fotografias de Cleo Pires e Paulo Vilhena, embaixadores do comité paralímpico brasileiro, foram editadas para simular que estes não têm algum dos membros. Ela com um braço amputado e ele sem uma perna tentam chamar a atenção dos brasileiros para a importância de apoiar os atletas desta competição, após ter sido revelado que, a três semanas do início, apenas 20% dos bilhetes para os Jogos Paralímpicos tinham sido vendidos.

A campanha está, de facto, a chamar a atenção do público e gerou um debate nas redes sociais. Se por um lado os utilizadores criticam o comité por não ter usado modelos com deficiências reais e afirmam que estes são pouco representados nos meios de comunicação, outros afirmam que o lema "somos todos paralímpicos" justifica a escolha arriscada, pois mostra que todos devem apoiar os atletas.

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Os atores aparecem ainda em outra fotografia com a jogadora paralímpica de ténis de mesa Bruna Alexandre e o jogador de voleibol Renato Leite, atletas que vão participar na competição que começa a 7 de setembro.

A campanha, divulgada esta quarta-feira, foi produzida pela agência de publicidade África e divulgada na Vogue Brasil. Segundo a revista, a ideia da campanha foi de Cleo Pires e nas imagens ela está a fazer o papel de Bruna Alexandre, enquanto Paulo Vilhena representa Renato Leite.

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Pelo Instagram, Cleo Pires defendeu a campanha dizendo que o principal objetivo dos embaixadores era emprestar a sua imagem para gerar visibilidade.

"A gente sabia que seria um soco no estômago, mas estávamos lá por uma boa causa", afirmou Clayton Carneiro, diretor de arte da Vogue Brasil.

Cleo Pires já se tinha mostrado muito orgulhosa, pelas redes sociais, por representar Bruna Alexandre, uma desportista "guerreira" com "umas 400" medalhas.

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