O Real Madrid conquistou ontem o seu 33.º título de campeão de Espanha, ao vencer em Málaga por 2-0, na última jornada da Liga. Aos merengues bastava o empate para garantir o título, mas Cristiano Ronaldo é que não quis arrastar a questão por mais tempo e aos 97 segundos abriu o marcador, surgindo isolado após passe de Isco.
A estrela portuguesa assinava assim mais um momento decisivo neste final de época, comprovando que desta vez aparece em grande forma nesta fase. A prova disso são os 14 golos marcados nos últimos nove jogos do Real Madrid, tendo ontem chegado aos 40 remates certeiros em todas as provas (25 no campeonato).
O mais difícil estava feito. Os merengues estavam em vantagem no marcador, algo que dava ainda mais tranquilidade à equipa, que ainda para mais sentia que as coisas não estavam a correr bem ao Barcelona, em Camp Nou. É que o Eibar cedo se colocou em vantagem, aumentada aos 61 minutos. O herói? O japonês Takashi Inui.
Nesta altura, Benzema arrumava a questão no Estádio La Rosaleda, colocando o Real Madrid a ganhar por 2-0. Por isso mesmo, em Barcelona passava jogar-se apenas pelo orgulho... Já depois de David Junca ter feito um autogolo, Messi falhou um penálti que daria o empate. Mas os catalães arrancaram depois para a recuperação com um golo de Luis Suárez e dois de Messi, que assim chegou aos 37 golos na Liga, o que lhe vale a conquista da Bota de Ouro.
Indiferente a tudo isso estava Cristiano Ronaldo, que podia finalmente festejar o seu segundo título de campeão espanhol ao serviço do Real Madrid - o anterior e único tinha sido em 2012 com José Mourinho como treinador. Refira-se que em 15 temporadas de futebolista profissional, esta foi apenas a quinta vez que CR7 foi campeão nacional: três no Manchester United e duas no Real Madrid. "Demonstrámos que somos uma grande equipa", disse ainda no relvado, nos primeiros minutos de festa, com os compatriotas Pepe e Fábio Coentrão por perto, apesar de ontem não terem sido utilizados.
Zidane entra na história
Se pela primeira vez na sua história os merengues conseguiram chegar ao fim de um campeonato marcando em todos as partidas, boa parte do mérito é do treinador Zinedine Zidane, que parece lançado para fazer uma carreira à semelhança da que fez como jogador. É que em pouco mais de um ano e meio à frente da equipa já tem um currículo de respeito, pois conta também com uma Liga dos Campeões, uma Supertaça europeia e um Mundial de clubes. Agora, rompeu com um jejum de quatro anos a nível nacional e tornou-se o segundo a ser campeão espanhol e europeu como treinador e jogador: o outro foi Miguel Muñoz.
"Conquistámos uma das ligas mais bonitas do mundo e ganhá-la aqui e com este plantel foi maravilhoso", disse o técnico francês, garantindo que foi "o dia mais feliz" da sua vida. "Agora vamos aproveitar o momento e festejar com os adeptos", acrescentou, antes de a equipa regressar a Madrid, onde uma multidão em festa esperava por ela na Praça de Cibeles.
A final da Liga dos Campeões, marcada para o dia 3 de junho com a Juventus, em Cardiff, pode esperar... pois é bom lembrar que este é apenas o terceiro título de campeão do Real Madrid nos últimos dez anos. Há que festejá-lo.