23 agosto 2016 às 22h56

Leonardo Jardim mete mais uma lança portuguesa na Champions

Monegascos apuraram-se esta terça-feira para a Liga dos Campeões, tal como o Legia Varsóvia, que consegue o regresso polaco à fase de grupos, 20 anos depois. Celtic e Ludogorets também se qualificam.

Rui Marques Simões

Do Real Madrid ao Ludogorets, não faltam equipas estrangeiras com um toque português na fase de grupos da Liga dos Campeões. No entanto, nenhuma terá uma ligação tão vincada a Portugal como a que garantiu esta terça-feira o apuramento, com Leonardo Jardim no banco, Bernardo Silva e João Moutinho em campo, e um golo do ex-Rio Ave Fabinho. Sim, o Mónaco assegurou o regresso à Champions, ao vencer o Villarreal, por 1-0, em casa. Celtic, Legia Varsóvia e Ludogorets também carimbaram os bilhetes de regresso.

Após um ano de ausência (em 2015/16, foi eliminado pelo Valência), Leonardo Jardim conseguiu meter mais uma lança portuguesa na Liga dos Campeões: com ele (mais Rui Vitória, Jorge Jesus e Nuno Espírito Santos) serão quatro os treinadores nacionais em prova. E fê-lo de forma calculista qb. Com Bernardo Silva como titular, João Moutinho como suplente utilizado e Ivan Cavaleiro sem sair do banco, o clube monegasco geriu a vantagem da 1.ª mão (2-1) e só marcou nos instantes finais (89"), graças a um penálti - por pretensa mão de Musacchio. Quem o marcou, com um remate ao ângulo superior, foi Fabinho, médio brasileiro que pertenceu aos quadros do Rio Ave entre 2012 e 2015, embora nunca tenha jogado pela equipa de Vila do Conde (esteve emprestado a Real Madrid e Mónaco).

Ao Villarreal, não bastou ter a iniciativa de jogo (com mais posse de bola mas menos remates): o submarino amarelo falha o retorno à fase de grupos da Liga dos Campeões, onde não marca presença desde 2011/12. E Espanha perde a possibilidade de ter cinco clubes nessa etapa - os outros são Real Madrid, Barcelona, Atlético de Madrid e Sevilha, tudo emblemas com atletas portugueses.

Além dos do Mónaco (e dos do FC Porto, claro), ontem outro luso saiu a sorrir do play-off da Champions: Vitinha, defesa-esquerdo do Ludogorets Razgrad. O esquerdino não jogou mas a equipa búlgara garantiu o apuramento, pela segunda vez, para a fase de grupos (dois anos depois da estreia), ao empatar 2-2 no terreno do Viktoria Plzen. Misidjan (17") e Keseru (90") marcaram os golos das águias de Razgrad.

Legia Varsóvia faz história

Também foi apenas em cima do apito final que o Legia Varsóvia acabou com as dúvidas e assegurou o seu histórico regresso (21 anos após a estreia) e das equipas polacas (20 anos depois) à fase de grupos da "liga milionária". O Legia estava reduzido a dez, quando Kucharczyk fez o 1-1, que acabou com as hipóteses de uma surpresa dos irlandeses do Dundalk. Dos 32 países que já tiveram representantes na prova-rainha da UEFA, a Polónia era o que há mais tempo esperava para voltar a receber jogos da fase de grupos da Liga dos Campeões - desde a presença do Widzew Lodz, em 1996/97.

Na Escócia, a espera não foi tão longa. Ainda assim, o Celtic falhava a fase de grupos desde 2013/14. Esta terça-feira, garantiu-a apesar de ter derrapado em Israel: perdeu por 2-0 diante do Hapoel Be"er Sheva, equipa de Miguel Vítor (que foi titular).

Esta quarta-feira serão conhecidos os últimos cinco apurados para a competição - que, por agora, só tem garantido um estreante, o Leicester. Manchester City e Mönchengladbach parecem certos (trazem largas vantagens da 1.ª mão, fora de casa) mas nos restantes duelos deve imperar o equilíbrio. Se o factor-casa funcionar, pode valer mais um regresso (Salzburgo, 21 anos depois) e uma estreia (Rostov) na Champions.