Do Real Madrid ao Ludogorets, não faltam equipas estrangeiras com um toque português na fase de grupos da Liga dos Campeões. No entanto, nenhuma terá uma ligação tão vincada a Portugal como a que garantiu esta terça-feira o apuramento, com Leonardo Jardim no banco, Bernardo Silva e João Moutinho em campo, e um golo do ex-Rio Ave Fabinho. Sim, o Mónaco assegurou o regresso à Champions, ao vencer o Villarreal, por 1-0, em casa. Celtic, Legia Varsóvia e Ludogorets também carimbaram os bilhetes de regresso.
Após um ano de ausência (em 2015/16, foi eliminado pelo Valência), Leonardo Jardim conseguiu meter mais uma lança portuguesa na Liga dos Campeões: com ele (mais Rui Vitória, Jorge Jesus e Nuno Espírito Santos) serão quatro os treinadores nacionais em prova. E fê-lo de forma calculista qb. Com Bernardo Silva como titular, João Moutinho como suplente utilizado e Ivan Cavaleiro sem sair do banco, o clube monegasco geriu a vantagem da 1.ª mão (2-1) e só marcou nos instantes finais (89"), graças a um penálti - por pretensa mão de Musacchio. Quem o marcou, com um remate ao ângulo superior, foi Fabinho, médio brasileiro que pertenceu aos quadros do Rio Ave entre 2012 e 2015, embora nunca tenha jogado pela equipa de Vila do Conde (esteve emprestado a Real Madrid e Mónaco).
Ao Villarreal, não bastou ter a iniciativa de jogo (com mais posse de bola mas menos remates): o submarino amarelo falha o retorno à fase de grupos da Liga dos Campeões, onde não marca presença desde 2011/12. E Espanha perde a possibilidade de ter cinco clubes nessa etapa - os outros são Real Madrid, Barcelona, Atlético de Madrid e Sevilha, tudo emblemas com atletas portugueses.
Além dos do Mónaco (e dos do FC Porto, claro), ontem outro luso saiu a sorrir do play-off da Champions: Vitinha, defesa-esquerdo do Ludogorets Razgrad. O esquerdino não jogou mas a equipa búlgara garantiu o apuramento, pela segunda vez, para a fase de grupos (dois anos depois da estreia), ao empatar 2-2 no terreno do Viktoria Plzen. Misidjan (17") e Keseru (90") marcaram os golos das águias de Razgrad.
Legia Varsóvia faz história
Também foi apenas em cima do apito final que o Legia Varsóvia acabou com as dúvidas e assegurou o seu histórico regresso (21 anos após a estreia) e das equipas polacas (20 anos depois) à fase de grupos da "liga milionária". O Legia estava reduzido a dez, quando Kucharczyk fez o 1-1, que acabou com as hipóteses de uma surpresa dos irlandeses do Dundalk. Dos 32 países que já tiveram representantes na prova-rainha da UEFA, a Polónia era o que há mais tempo esperava para voltar a receber jogos da fase de grupos da Liga dos Campeões - desde a presença do Widzew Lodz, em 1996/97.
Na Escócia, a espera não foi tão longa. Ainda assim, o Celtic falhava a fase de grupos desde 2013/14. Esta terça-feira, garantiu-a apesar de ter derrapado em Israel: perdeu por 2-0 diante do Hapoel Be"er Sheva, equipa de Miguel Vítor (que foi titular).
Esta quarta-feira serão conhecidos os últimos cinco apurados para a competição - que, por agora, só tem garantido um estreante, o Leicester. Manchester City e Mönchengladbach parecem certos (trazem largas vantagens da 1.ª mão, fora de casa) mas nos restantes duelos deve imperar o equilíbrio. Se o factor-casa funcionar, pode valer mais um regresso (Salzburgo, 21 anos depois) e uma estreia (Rostov) na Champions.